sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Evento já conta com Secretaria Executiva

A 4ª Feira Estadual de Sementes Crioulas e Tecnologias Populares, já conta com uma secretaria exclusiva para orientar os expositores e o publico em geral:

As Informações podem ser adquiridas com a Secretára Lidiane de Vargas
no e-mail: unaicfeira@gmail.com , e nos fones: 53-3252.1011/ 3252.3444 e/ou no celular: 53-9954.0320.

A secretaria funciona junto a sede da UNAIC em Canguçu.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O Bioma Pampa

No Brasil o Pampa só existe no Rio Grande do Sul e ocupa 63% do território do estado. Durante 300 anos o Pampa foi destinado à produção agropecuária. Visto como terras para gado e de batalhas para defender fronteiras. Teve sua biodiversidade subestimada. Hoje se reconhece que resguarda espécies raras de fauna e flora, animais endêmicos e outras tantas espécies desconhecidas pela ciência. Na eminência de sua total destruição, um novo olhar é dado ao Pampa e em 2004 é considerado pelo Ministério do Meio Ambiente como um Bioma, o Bioma Pampa.

Indubitavelmente o Pampa sofre a influência e pressão seletiva da atividade econômica que mais se desenvolveu na região, a monocultura da pecuária. Por anos o pastejo selecionou algumas espécies de plantas que melhor se adaptavam às patas e bocas, dificultando o desenvolvimento de espécies arbóreas de maior porte, sobretudo nas matas ciliares. Isso seria remediado com a implementação das áreas de Proteção Permanente e Reservas Legais nas propriedades, previstas no novo código florestal.








Quando pensávamos que o equilíbrio da região estaria garantido, surge um novo e mais forte perigo que pode causar a total transformação deste Bioma: a monocultura de árvores exóticas.

O Pampa é composto basicamente de gramíneas, herbáceas e algumas árvores. Serão graves os impactos da transformação do ecossistema atual em monocultura de árvores, cujo estágio de sucessão é bem diferente.

Toda monocultura e inserção de espécies exóticas geram um desequilíbrio ambiental, com a diminuição de algumas espécies e aumento de outras, além de alteração nas funções ecológicas básicas do ecossistema. Toda atividade destinada para exportação não gera equilíbrio e igualdades no país de origem.

Este cenário mais parece de extrema-unção, pois o Bioma só foi reconhecido quando está em vias de acabar. Atualmente, o Rio Grande do Sul possui uma área ocupada por monocultivos de eucalipto, pinus e acácia de aproximadamente 400 mil ha (JC, 2005). Entretanto, estima-se que em pouco mais de uma década, 1 milhão de hectares de terras gaúchas, em sua maior parte formadas por campos, estarão convertidas em 1 milhão de hectares de árvores exóticas.

Há diferentes estudos tratando do consumo de água pelo Eucalipto. Segundo Buckup, em um ano, uma árvore de eucalipto consome 36,5 mil litros de água. Estima-se que as 28 milhões de árvores que estarão no solo gaúcho, consumirão mais água do que chove no estado do Rio Grande do Sul.

Já foram identificados no Pampa a presença de 3000 espécies de plantas. O plantio de 1 milhão de ha de monoculturas de árvores até 2010 reduzirá em 10% os campos nativos e a biodiversidade associada.

Há 400 espécies de gramíneas forrageiras que representam uma grande riqueza natural. Elas se desenvolveram devido a um clima muito particular aliado à diversidade de solo. Segundo Nabinger, algumas destas espécies já foram levadas e patenteadas no exterior, e agora nós mesmos precisamos pagar royalts. Um exemplo é a grama forquilha (Paspalum sp.), que tem centro de origem aqui e é usada no exterior. Os plantios inevitavelmente extinguirão espécies de gramíneas forrageiras que compõem este rico ecossistema de campos, que são alimento para a fauna nativa e a domesticada.

Os Campos Sulinos abrigam pelo menos 102 espécies de mamíferos (cinco delas endêmicas), 476 espécies de aves (duas endêmicas, a saber, Scytalopus iraiensis e Cinclodes pabsti - pedreiro) e 50 espécies de peixes (12 endêmicas). Dados preliminares, indicam que cerca de 89 espécies de mamíferos (17% das espécies com ocorrência no Brasil) têm suas distribuições geográficas restritas aos biomas Mata Atlântica e Campos Sulinos considerados em conjunto. A existência destas espécies é comprometida pela expansão das monoculturas de árvores exóticas.

No bioma, que chegou a ser classificado como um “vazio ecológico” são encontrados mais de 50 plantas forrageiras nativas, entre gramíneas e leguminosas, altamente produtivas. O professor Paulo Brack, também da Botânica da UFRGS, diz que muitas forrageiras nativas do Rio Grande do Sul “são apreciadíssimas nos Estados Unidos, Nova Zelândia e África do Sul, mas aqui elas são quase ignoradas ou combatidas como mato”. Ele explica que essa concepção equivocada fez com que o Brasil importasse plantas forrageiras africanas. Essas espécies se tornaram altamente invasoras, além de serem pouco nutritivas para o gado, como no caso das braquiárias, o capim-colonião e o capim-gordura, que hoje trazem diversos prejuízos para a pecuária. Outro caso lembrado por Brack é a biopirataria de plantas ornamentais, como petúnias, verbenas, cactos, muitas endêmicas dos pampas, que são levadas há décadas, por países como Estados Unidos, Japão, Itália e Alemanha.

Fonte: (www.defesabiogaucha.org)


UNAIC promove 4ª Edição da Feira de Sementes Crioulas

A UNAIC e um conjunto de organizações da sociedade civil, estarão promovendo nos dias 21 e 22 de Novembro de 2009, a 4ª Feira Estadual de Sementes Crioulas e Tecnologias Populares, o evento será realizado nas dependencias do Ginasio Municipal de Esportes em Canguçu.

A edição desse ano do evento pretende trazer a reflexão sobre a preservação do bioma do Pampa, que vem sofrendo com as ações do homem.
O Evento quer discutir com a sociedade em geral a necessidade de se preservar esse bioma tão rico e importante na composição da flora e da fauna brasileira.


O que é a Feira de Sementes

A 4ª Feira Estadual de Sementes Crioulas e Tecnologias Populares, a exemplo de suas edições anteriores, será um evento de abrangência estadual com a participação e o intercâmbio de países da América Latina e MERCOSUL, como a Argentina, Chile, Venezuela, Uruguai e Paraguai. É de interesse da comissão organizadora do evento, buscar parcerias com instituições e organizações internacionais.

Através de uma programação diversificada (seminários, oficinas, palestras, show’s, etc.) enfocada na realidade dos agricultores, buscamos a informação e a formação destes camponeses quanto à importância da conservação da biodiversidade, sobretudo, a preservação das sementes crioulas e a sustentabilidade na agricultura familiar.

A feira irá propiciar a possibilidade do conhecimento e interação entre os agricultores de diversas regiões, bem como do público visitante, das organizações, instituições de pesquisa e a extensão rural que apóiam e que demonstram seu trabalho neste evento. Estaremos propiciando um encontro dinâmico com exposição de sementes crioulas, inventos dos agricultores, farmácia caseira, artesanato, agroindústria familiar, produtos da pesca artesanal, oficinas temáticas centradas na sustentabilidade e agroecologia, seminário sobre sementes crioulas, feira de trocas, feira de livros, teatro, música, dança e celebrações ecumênicas, valorizando as manifestações culturais camponesas preservadas ao longo do tempo, bem como o resgate de inúmeras delas que caíram no esquecimento.

A Feira Estadual das Sementes Crioulas e Tecnologias Populares, desde a sua primeira edição é resultado de um trabalho conjunto da UNAIC com diversas instituições e organizações locais e regionais que defendem a sustentabilidade e que buscam alternativas de sobrevivência no meio rural em harmonia com o meio ambiente.

TEMA: Nesta edição estaremos abordando o Bioma Pampa pela sua fundamental importância em nossa região.